paris à go-go

crônicas sobre Paris e de sua ululante gente francesa

lundi, août 21, 2006

"Ne me quitte pas"

jacques brel soube cantar como ninguém o amor desesperado. nesses momentos de coração partido, em que cada batimento sangra insensatez, se esquece de tudo e qualquer promessa que jamais será cumprida é lançada sem pudor. e, talvez, por isso mesmo, as promessas sejam tão absurdas… mas cuidado, esta música tem o dom de arruinar em lágrimas almas quebradiças, principalmente em sua estrofe final - eu tapo os ouvidos sempre!

“Não me deixe”

Não me deixe
É preciso tudo perdoar
Tudo pode se perdoar
O que já passou
Esquecer o tempo
De mal-entendidos
E o tempo perdido
Saber como
Esquecer essas horas
Que matavam por vezes
A golpes de por quê
O coração da felicidade
Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Eu te darei
Pérolas de chuva
Vindas de um país
Onde não chove
Eu cavarei a terra
Até após a minha morte
Para cobrir o teu corpo
De ouro e de luz
Eu farei um domínio
Onde o amor será rei
Onde o amor será lei
Onde você será rainha
Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Eu inventarei
Palavras sem sentido
Que você compreenderá
Eu te falarei
Destes amantes
Que viram duas vezes
Seus corações se incendiarem
Eu te contarei
A história deste rei
Morto por não ter
Conseguido te encontrar
Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Se viu várias vezes
Jorrar o fogo
De um antigo vulcão
Que se supunha velho demais
Dizem que
Terras ardentes
Dão mais trigo
Que a melhor primavera
E quando vem a noite
Para o céu brilhar intensamente
O escarlate e o negro
Não se casam?
Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Não me deixe
Eu não vou mais chorar
Eu não vou mais falar
Eu me esconderei ali
A te olhar
Dançar e sorrir
E a te escutar
Cantar e depois rir
Deixe eu me tornar
A sombra da tua sombra
A sombra da tua mão
A sombra do teu cão
Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe...